O conforto, a praticidade e a comodidade são qualidades atrativas a qualquer ser humano no mundo moderno, inclusive podem ser considerados elementos fundamentais na aquisição de algum produto e/ou serviço. Entretanto, até que ponto esse conforto, praticidade e comodidade não atrapalham no desenvolvimento sustentável de uma nação?

Vejamos, por exemplo, o café. Uma bebida produzida a partir dos grãos torrados do fruto advindo do cafeeiro e servido diariamente ao redor do globo. A agilidade do mundo moderno fez com que houvesse o encapsulamento dos grãos para utilização em máquinas de expresso. De fato, a rapidez e a facilidade de se obter uma bebida quente na sua empresa ou residência a partir de uma máquina eletrônica, com uma otimização do tempo de seu consumidor, é uma ideia genial. Dessa forma, a explosão de consumidores utilizadores das cápsulas foi enorme nos últimos anos.  No entanto, não foram previstos os impactos ambientais que as cápsulas poderiam gerar ao meio ambiente.

Tais cápsulas são formadas por uma mistura de plástico e alumínio, inviabilizando muitas usinas no processo de reciclagem de tais materiais devido à dificuldade na separação dos mesmos. Por muitas vezes, esse processo é descartado e os resíduos sólidos da embalagem vão se acumular nos aterros sanitários. Além disso, o consumo energético para o processo de encapsulamento é enorme.

Os impactos ambientais e o consumo desnecessário de recursos energéticos fizeram com que a segunda maior cidade da Alemanha, Hamburgo, decretasse o fim da utilização de cápsulas de café em repartições públicas. Suas intenções vão muito além desse ato. Com o objetivo da conscientização sobre o impacto das compras públicas no meio ambiente, o órgão competente lançou o documento “A Guide to Green Procurement”. O guia adota medidas de esforços que entraram em vigor a partir de Janeiro de 2016. Entre elas encontram-se a proibição de embalagens descartáveis, a eliminação da utilização de produtos de limpeza que contenham cloro, o uso de lâmpadas LED’s e adota, ainda, uma política incentivadora a utilização de transportes públicos aos empregados pertencentes à organização.

Esse é um dos casos em que as desvantagens se sobrepõem ao conforto, a praticidade e a comodidade do usuário em questão. A sustentabilidade deve ser considerada em todos os aspectos sociais, políticos e principalmente ambientais. Pensar somente na geração presente, é não ter nenhuma responsabilidade sustentável com o futuro.